O diretor egípcio Atom Egoyan (Adoração) arriscou na mistura dos gêneros, um filme com suspense, romance, drama e temáticas fortes, em erronias medidas tende a desagradar, como muitos que poderíamos citar aqui. Mas O Preço da Traição (Chloe) veio na dose certa e surpreendeu...
No filme, Catherine, interpretada por Julianne Moore (As Horas), é uma ginecologista, casada com David, (Liam Neeson - Busca Implacável), os dois formam um casal aparentemente perfeito. Com um filho talentoso, uma situação financeira estável, o casal parece ter a vida dos sonhos de qualquer mulher. Mas quando David perde um vôo e consequentemente sua festa de aniversário surpresa, Catherine começa a suspeitar do marido. Colocando em cheque a sua fidelidade. Ela decide então contratar Chloe (Amanda seyfried – Querido Jhon), uma acompanhante, para seduzir David e testar sua lealdade.
A mistura de suspense, drama, romance e um certo erotismo na dose adequada criou um filme muito interessante, são raros os momentos em que conseguimos desviar os olhos da tela para o que quer que seja. O filme trata muito bem sobre a crise advinda da meia-idade, a dedicação demasiada ao trabalho que acaba levando a um isolamento desnecessário e as desconfianças que surgem da insegurança. A solidão e a carência das personagens centrais é patente e são a origem de toda a trama.
Julianne Moore nos deixa admirados em certas cenas do filme, e prova mais uma vez ser uma atriz madura e segura justificando as quatro indicações ao Oscar que já teve. Amanda Seyfried, com sua versatilidade - muita bem explorada pelo diretor - é uma das maiores promessas entre as jovens atrizes da atualidade. Ambas estão perfeitas e o par parece ter sido a escolha certa para o filme. Salvo a atuação de Max Thieriot, ator que interpreta o filho da personagem de Julianne Moore, e que infelizmente não conseguiu transmitir com segurança o drama de seu personagem, o elenco está brilhante, com belas atuações.
A surpresa – a infeliz surpresa, melhor dizendo - fica por conta do final, o filme segue um ritmo que parece ser desviado nos últimos 15 minutos, tomando então, outra direção. Talvez o motivo tenha sido o encurtamento da participação de Liam Neeson na trama por motivos pessoais, ou então a inexperiência do diretor Atom Egoyan. No fim, acabamos por pensar : “Porque o filme não terminou uns 10 minutos antes?”. Mas sem dúvida, “O Preço da Traição” é um filme instigante, surpreendente, que nos deixa, em suma, satisfeitos com o resultado.
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