quinta-feira, 7 de julho de 2011

Michael Bay conseguiu se superar em Transformers 3


Michael Bay consegue se superar
Quando Michael Bay admitiu que A Vingança dos Derrotados foi um filme ruim e que ele teria superado o trabalho com O Lado Escuro da Lua, eu realmente confiei no diretor. Bom, acho que algumas pessoas simplesmente não aprendem; o terceiro filme da saga dos robôs transformistas consegue ser ainda pior que seu antecessor.

Na trama, os Autobots e os Decepticons travam mais uma mortal batalha, dessa vez em decorrência de um segredo escondido na Lua desde os anos 60. O tal segredo é o robô Sentinel Prime, que pode trazer o planeta dos alienígenas de metal de volta, que acaba virando objeto de disputa de ambos os lados.


O massacre robótico começa no roteiro. O texto de Ehren Kruger até tenta criar uma certa coerência e lógica na trama – a ideia de envolver eventos da Guerra Fria e a Corrida Espacial era realmente interessante - mas falha ao estabelecer o mínimo de história possível para capturar a atenção do espectador, confundindo sub-tramas e enchendo-o de clichês e piadas idiotas. Isso sem mencionar o péssimo trabalho com os personagens, que nem apresentam justificativa para tanta atenção de cena.

Shia LaBeouf continua fazendo seu agradável piloto-automático – mesmo que ele precise rebaixar-se a gritinhos afeminados em diversos momentos da projeção -, mas ainda é incompreensível para mim, como seu personagem consegue mulheres do nível de Rosie Huntington-Whiteley. A modelo da Victoria’s Secret substitui Megan Fox como objeto sexual da trama (não fazendo feio, admito), mas sua personagem é tão vazia e inútil quanto a dos filmes anteriores. E sem comentários para os preciosos coadjuvantes: Frances McDormand, John Malkovich, Ken Jeong, todos prejudicados e desperdiçados…


E o que nos leva à direção descontrolada do sr. Michael Bay. Explosão pra cá e socos de robôs gigantes pra lá, o diretor agora tem a tecnologia 3D para utilizar. De fato, é o melhor uso da tecnologia desde o Avatar de James Cameron; as cenas na Lua apresentam grande profundidade, mas é impossível acompanhar a selvageria das cenas de ação. Com exceção de um belo voo de wing-suits em uma Chicago sendo atacada e a destruição de um edifício, todas as sequências de pancadarias de robôs gigantes (cujas fisiologias são quse impossíveis de diferenciar) são irritantes e cansativas, com todas as habituais marcas de Bay: câmera lenta, patriotrismo e bordões imbecis.

Não que eu va assistir a um filme de máquinas gigantes se arrebentando e espere encontrar algum tipo de obra-prima, mas no mínimo eu espero algo divertido e que me entrentenha. Se um filme em que homens levantam submarinos e mulheres têm pele azul e transformam-se em outros indivíduos consegue apresentar conteúdo histórico e diversão na medida perfeita, porque não uma invasão alienígena de seres transformistas?
Transformers – O Lado Oculto da Lua é o pior filme do ano e um aviso perturbador sobre o que Hollywood pode fazer; juntando explosões, cenas de ação, efeitos visuais e 3D, na tentativa mais agressiva de conseguir o seu dinheiro.
Com uma porcaria dessas, é um assalto.


Obs: A nova lei sobre a conservação de óculos 3D já está sendo posta em prática. No Imax do Shopping Bourbon Pompeia, os óculos foram entregues higienizados e em uma embalagem plástica.

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