quarta-feira, 30 de novembro de 2011


Muppets "são como atores em cena", diz Jason Segel sobre o filme, que estreia sexta (2)

  • Cena de Os Muppets, com Kermit, Mary (Amy Adams) e Gary (Jason Segel)
    Cena de "Os Muppets", com Kermit, Mary (Amy Adams) e Gary (Jason Segel)
Produtor, roteirista e ator de "Os Muppets", Jason Segel diz que foi muito fácil trabalhar com os bonecos do filme: é como se houvesse uma "mágica". Ele explica: "Trabalhar com eles é mágico. Em cinco minutos, você já se acostuma com eles, são como atores em cena", diz.
No filme, Walter, o maior fã dos Muppets do mundo, ajuda Kermit (conhecido antigamente como Caco) a reunir os personagens novamente, uma vez que cada um deles tomou um rumo diferente na vida. Eles precisam arrecadar dinheiro para salvar o teatro dos Muppets, que está prestes a ser derrubado por um explorador de petróleo. O longa estreia no Brasil nesta sexta-feira (2).


segunda-feira, 28 de novembro de 2011


Filho de Dennis Hopper estreia no cinema em "Inquietos", novo filme de Gus Van Sant

  • Mia Wasikowska e Henry Hopper em cena de Inquietos, filme de Gus Van Sant
    Mia Wasikowska e Henry Hopper em cena de "Inquietos", filme de Gus Van Sant
 Em "Inquietos", o diretor Gus Van Sant comprova mais uma vez sua afinidade e compreensão dos universos juvenis, embora de um modo distinto do que demonstrou em "Paranoid Park" (2007) ou "Garotos de Programa" (1991).

O protagonista é o jovem Enoch (o belo e talentoso Henry Hopper, filho de Dennis Hopper, estreando profissionalmente). Sobrevivente de um acidente que matou seus pais, ele vive em depressão. O jeito que encontrou para lidar com a morte foi tornar-se penetra de funerais. Num deles, conhece sua alma gêmea, Annabel (Mia Wasikowska, de "Alice no País das Maravilhas").No centro desta nova história, escrita por Jason Lew, está uma desesperada, nem por isso menos intensa e bonita história de amor, que deve algo à dupla Harold e Maude de "Ensina-me a Viver" (1971), mas atualiza esse registro com uma delicadeza particular.
Annabel tem outro tipo de relação com a morte - sofre de um câncer terminal e tem poucos meses de vida. Mas decidiu que seus últimos dias serão cheios de alegria ao máximo. Relutante, Enoch torna-se o parceiro desta viagem.
Van Sant consegue um equilíbrio difícil ao introduzir um toque surreal no terceiro personagem, Ryo Kase (Hiroshi Takahashi), sempre vestido num curioso uniforme de piloto kamikaze da Segunda Guerra Mundial. Se logo se pode imaginar a verdadeira natureza de Ryo, nem por isso suas conversas com Enoch são menos saborosas, já que ele funciona como um misto de alter ego e observador do amigo e de seu romance, a quem não falta uma fina ironia.
Não há grandes segredos nem revelações no cotidiano dos dois adolescentes, que dançam pelo filme com uma graça natural, vivendo pequenos momentos, criando brincadeiras que cabem perfeitamente em sua idade e situação. Eles podem lidar com a iminência da tragédia de uma forma muito diversa do que se fossem mais velhos, e tiram proveito disso.
Embalado nessa espécie de aura espontânea dos dois protagonistas, o filme, que foi exibido na seção "Um Certo Olhar", do Festival de Cannes 2011, respira uma doçura juvenil com a qual só muito mal-humorados não vão simpatizar.
(Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

TRAILER DO FILME "INQUIETOS"


sábado, 26 de novembro de 2011


"Assalto em Dose Dupla", dos roteiristas de "Se beber, Não Case", tenta fazer graça de clichês do gênero

  • Ashley Judd e Patrick Dempsey em cena de Assalto em Dose Dupla, de Rob Minkoff
    Ashley Judd e Patrick Dempsey em cena de "Assalto em Dose Dupla", de Rob Minkoff
 "Assalto em Dose Dupla" é vendido como uma comédia de ação escrita pelos roteiristas de "Se Beber, Não Case" (1 e 2), Jon Lucas e Scott Moore. Por isso, tenta-se passá-lo como algo na mesma linha, o que se revela enganoso.

A trama gira em torno de um assalto duplo ao mesmo banco, onde trabalha Kaitlin (Ashley Judd, de "Winter, O Golfinho"), que está prestes a casar com um ricaço e abandonar o emprego.A direção é de Rob Minkoff, que tem em seu currículo as animações "Rei Leão" e "Stuart Little".
O primeiro bando de assaltantes é composto por ases da tecnologia e do planejamento (Mekhi Phifer, Matt Ryan, John Ventimiglia). Já o segundo time é formado por dois caipiras sem qualquer noção de como agir (Tim Blake Nelson e Pruitt Taylor Vince).
Também está na agência Tripp (Patrick Dempsey, que viveu dias melhores como galã juvenil nos anos de 1980 em filmes como "Namorada de Aluguel" e "Loverboy - Garoto de Programa"). Além de ser muito esperto e ter uma inteligência especial para números, ele tem alguns tiques nervosos, como falar sem parar quando se sente sob pressão, que os roteiristas devem achar engraçados.
Os funcionários do banco e os poucos clientes são tomados como reféns, mas, para a sorte deles, Tripp está lá e toma a dianteira com um plano para salvá-los. O que é um alívio, pois se fossem esperar a polícia, o filme seria mais longo. Segue-se, então, a cartilha do subgênero "assalto descolado", com os clichês e desdobramentos previsíveis.
A química entre Dempsey (que também é creditado como produtor do longa) e Ashley é quase inexistente, por isso, soa estranho quando eles engatam um suposto romance em meio a tiroteios e disputa entre assaltantes. Talvez o ator tenha visto no filme a possibilidade de fugir do purgatório das comédias românticas em que sua carreira se transformou ("Idas e Vindas do Amor", "O Melhor Amigo da Noiva", "Doce Lar"), mas não foi desta vez. Os anos 1980 não voltam.

TRAILER DO FILME "ASSALTO EM DOSE DUPLA"


sexta-feira, 25 de novembro de 2011


Com vozes de Robin Williams e Brad Pitt, "Happy Feet 2" aposta no 3D e repete fórmula do primeiro filme

  • Cena da animação Happy Feet 2 - O Pinguim
    Cena da animação "Happy Feet 2 - O Pinguim"
 A animação "Happy Feet 2 - O Pinguim" segue a mesma fórmula do filme original de 2006, no qual o protagonista Mano precisava aprender a sapatear. Aqui, é o filho dele, o pequeno Erik, que tem fobia das dancinhas do seu grupo, e é incapaz de se adequar a uma coreografia. E qual a diferença entre uma coisa e outra? Em 100 minutos de filme, isso não fica muito claro. A maior ambição recai sobre o visual 3D.

"Happy Feet 2 - O Pinguim" apoia-se naquele alicerce básico que sustenta a maioria dos filmes infantis: seja você mesmo e será feliz. Nada contra essa máxima, até porque faz certo sentido. Mas bem que se poderia procurar algo mais criativo a dizer às crianças ou uma forma melhor, mais sutil, de transmitir essa mesma mensagem.Esse bem-explorado visual 3D é a grande (senão a única) justificativa da existência do filme. O colorido, os detalhes da paisagem gélida da Antártida e do oceano tentam compensar a falta de imaginação da narrativa, altamente previsível. Assim, o diretor George Miller ("Babe, o Porquinho") até consegue varrer para debaixo do tapete de gelo a deficiência do roteiro.

Não é apenas o pequeno Erik (Yago Machado, na versão brasileira, Ava Acres, na versão original), que descobre a si mesmo. Há também o próprio pai, Mano (Daniel de Oliveira/Elijah Wood), e o krill Will (Sérgio Stern/Brad Pitt). No fundo, o filme é uma sessão coletiva de autodescoberta e aceitação numa embalagem fofinha.
Erik e uma dupla de amigos vão atrás do pinguim latino Ramón (Guilherme Briggs/Robin Williams) e conhecem um pinguim capaz de voar. Quando um acidente ecológico deixa isolada toda a turma de pinguins imperadores, o pequenino, seus amigos e seu pai é que tentarão salvá-los. É uma trama um tanto deslocada, que aparece do meio para o final do filme para enriquecer um pouco o roteiro. Contam também com a ajuda do pinguim-guru Amoroso (Sidney Magal/Robin Williams, novamente).
A dupla de krills é o detalhe de maior graça e originalidade do longa. Talvez merecessem um filme só deles, retratando como um ser na base da cadeia alimentar se esforça para se tornar um predador assustador. A exibição em 3D, aliás, ajuda a dar uma grandiosidade à dupla, transformando os minúsculos invertebrados em seres gigantescos e interessantes.
(Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

TRAILER DO FILME "HAPPY FEET 2 - O PINGUIM"

quinta-feira, 24 de novembro de 2011


Filme sobre Margaret Thatcher causa polêmica na Inglaterra



Margaret Thatcher foi admirada e igualmente odiada pelos britânicos, e o filme sobre sua vida, protagonizado por Meryl Streep, não deixou indiferente a crítica e nem os amigos da ex-primeira-ministra do Reino Unido, que consideraram o longa-metragem um insulto.
Enquanto a imagem da carismática governante de 86 anos, retirada da vida pública devido ao seu delicado estado de saúde, circula em todas as partes com os cartazes do filme "A Dama de Ferro", seus admiradores e opositores voltaram a abrir um debate para discutir seu legado.
A crítica é unanime em reconhecer o impressionante trabalho da atriz Meryl Streep no papel de Thatcher ao longo de sua vida adulta, mas alguns de seus próximos preferiram que o filme se distanciasse do que consideram uma caricatura.

Meryl Streep e Jim Broadbent em cena do filme "A Dama de Ferro", sobre Margareth Thatcher
Meryl Streep e Jim Broadbent em cena do filme "A Dama de Ferro", sobre Margaret Thatcher
O filme, que estreará somente no dia 6 de janeiro no Reino Unido, retrata uma Thatcher idosa, solitária e afetada pela demência, enquanto tenta se lembrar de alguns episódios de sua complexa vida.
Em uma determinada cena, Thatcher se queixa em uma pequena loja dos preços do século XXI, mas, em outro momento, ela aparece desorientada e sem perceber que seu inseparável marido, sir Denis Thatcher, morreu.
Amigos e familiares da implacável governante, que controlou com mão firme o Reino Unido de 1979 a 1990, qualificaram o drama dirigido por Phyllida Lloyd, a mesma do longa "Mamma Mia", como uma "fantasia esquerdista".
Segundo revelações do jornal "Daily Telegraph", alguns de seus antigos colegas e companheiros de Gabinete quiseram se distanciar do filme, já que esse resgata alguns polêmicos episódios, como a Guerra das Malvinas, que Thatcher comandou com firmeza.
Lorde Bell, um assessor próximo da Dama de Ferro nos anos 1980, disse que não pensa em divulgar esse "lixo". "Seu único objetivo é fazer Meryl Streep ganhar dinheiro. Não fará nenhuma diferença no lugar que Margaret Thatcher ocupa na história e no que ela conseguiu", questionou o antigo assessor.
No entanto, para o jornalista Matthew Parris, ex-deputado conservador e colaborador de Thatcher, trata-se de uma história feminista.
"É sobre os preconceitos dos homens e a visão das mulheres. Fazia tudo pelo Reino Unido, mas também fazia pelas mulheres", diz ele ao jornal "The Times". Segundo Parris, o filme transformou Thatcher em "heroína de uma história de mulheres".
Imagens de arquivo também são usadas na obra, que mostra os grandes protestos contra o imposto conhecido como "poll tax" e como um dos manifestantes se aproxima da limusine da então primeira-ministra para chamá-la de "monstro".
A era Thatcher foi um tempo de mudanças econômicas e sociais que transformou o Reino Unido para sempre e que não deixa ninguém indiferente, assim como o filme, que dificilmente iria agradar a todos.
O jornal conservador "Daily Telegraph" assegura em sua crítica que o filme "é equilibrado, duro e compreensivo como a protagonista".
"Como as pessoas vão reagir depende da imagem que possuem dela. Seria amável demais para os sindicatos, mas os republicanos americanos terão inveja de não ter um candidato com uma fração da convicção de Thatcher", ironiza o crítico.
Neste sentido, o progressista jornal "The Guardian" opina que o filme mostra "pouca consciência do mundo exterior, o custo humano e o efeito de suas discutidas políticas governamentais" e, por isso, o qualificam como uma espécie de "Thatcher sem o thatcherismo".
O que é uma unanimidade entre os críticos é a interpretação de Meryl Streep, que apesar de não ser britânica, conseguiu personalizar a Dama de Ferro e, inclusive, imitar seu peculiar tom de voz.
"O sorriso, a entonação, as posturas. Ela consegue encontrar a mulher em uma figura caricata", destaca o "The Times" em relação à atriz, que "fez tudo muito bem".
O mais crítico "The Guardian" considera que Meryl Streep é "a grande arma deste filme, às vezes tolo e previsível".

quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Centenário de naufrágio é oportunidade perfeita para relançar "Titanic" em 3D, diz James Cameron em vídeo


  • Cena do filme Titanic, de 1997, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet
    Cena do filme "Titanic", de 1997, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet
Lá se vão 13 anos desde que "Titanic" entrou em cartaz no Brasil, em 16 de janeiro de 1998. E no dia 6 de abril de 2012, quando o épico voltará aos cinemas de todo o mundo na versão 3D, quase um século terá se passado desde que o transatlântico (supostamente imune a afundamentos) naufragou ao bater contra um iceberg - o navio zarpou da Inglaterra em 10 de abril de 1912. James Cameron, diretor do filme estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, fala sobre o processo de conversão em um vídeo divulgado nesta terça (22). Confira abaixo o depoimento de Cameron em inglês:
"Faz anos que busco uma oportunidade de levar 'Titanic' de volta aos cinemas, por que é o seu lugar", diz Cameron na abertura do vídeo."Então, começamos a explorar a ideia de converter o filme para o 3D. A questão era: quando podemos fazer isso? E o centenário do verdadeiro naufrágio seria perfeito."

"O filme fala sobre relacionamentos e nossos sentimentos uns pelos outros", continua o premiado cineasta. "Então, os pais levaram os seus filhos e os jovens adultos levaram seus pais. Foi uma espécie de experiência transgeracional. As pessoas estavam escolhendo com quem iam ter essa experiência. E acho que pode funcionar da mesma forma no relançamento."

Cameron, responsável também pela tecnologia que revolucionou o 3D e o permitiu levar "Avatar" para as telas, disse que para fazer a conversão de "Titanic" como se deve foi necessário restaurar o filme. "Portanto, se o assistirmos em 2D [ele] parece ainda mais impressionante", completou. Ao custo de 18 milhões de dólares, o cineasta e sua equipe trabalharam com duas empresas de conversão durante mais de um ano para completar o processo.

"Titanic" (1997) foi indicado ao Oscar em 14 categorias e levou 11 prêmios, entre os quais melhor filme. O filme faturou 1,84 bilhão de dólares, superando o então recordista "Parque dos Dinossauros" (1993, 920 milhões de dólares) como maior faturamento global, e se tornou a primeira realização a quebrar a marca de um bilhão de dólares em bilheteria. Nos EUA, será lançado em 3D, IMAX e na versão convencional.

Veja o trailer de "Titanic 3D"

terça-feira, 22 de novembro de 2011


Sarah Jessica Parker deixa de lado a imagem de fashionista e assume papel de mãe no cinema

  • Em imagens de janeiro de 2011, Sarah Jessica Parker leva o filho James ao colégio, em Nova York, acompanhada das gêmeas Marion e Tabitha
    Em imagens de janeiro de 2011, Sarah Jessica Parker leva o filho James ao colégio, em Nova York, acompanhada das gêmeas Marion e Tabitha
Sarah Jessica Parker usa calçados confortáveis, não os Manolo Blahniks, e jeans e camiseta em vez do mais recente vestido de grife. O que faz sentido, porque em vez de passar seu tempo correndo atrás de solteiros disponíveis, ela passa seu tempo correndo atrás de seus filhos pequenos.

Para Parker, famosa por interpretar Carrie no seriado “Sex and the City” (1998-2004) e nos dois filmes posteriores, Mr. Big é o ator Matthew Broderick, seu marido desde 1997 e o pai de James Wilkie, 8 anos, e das gêmeas Marion e Tabitha, de 2 anos. E se Parker inveja o estilo de vida glamoroso de Carrie, ela não demonstra.

“Não há nada mais maravilhoso do que estar em casa com nossos filhos”, diz a atriz de 46 anos.

Um ponto de vista diferente sobre a maternidade é fornecido por seu novo filme, “Não Sei como Ela Consegue”, que estreia no Brasil nesta sexta-feira (25). Baseado no romance de Allison Pearson, ele mostra Parker como Kate Reddy, uma executiva financeira estressada que precisa equilibrar seu trabalho frenético com uma vida doméstica igualmente caótica com seu marido (Greg Kinnear), um arquiteto recém demitido, e seus dois filhos. Kate não tem um momento para respirar, lutando para cuidar da roupa suja, preparar os lanches das crianças e pagar as contas, cuidando ao mesmo tempo para que todos permaneçam com saúde e felizes.

Então novas tentações surgem quando uma nova conta força Kate a fazer viagens de negócios frequentes com um novo associado, o simpático, charmoso e nada doméstico Jack Abelhammer (Pierce Brosnan).

“Eu sei que mulheres em toda parte, que realizam o mesmo malabarismo todo dia, se identificarão com este filme”, diz Parker. “Ele trata dos triunfos de fazer funcionar e de lidar com os fracassos, porque não há horas suficientes em um dia.”

A história é universal, ela diz, “sobre a complexidade da maternidade nos tempos modernos, independente de você trabalhar em casa ou fora. Eu converso com mães o tempo todo na escola, no parque, e a pergunta é a mesma: como você administra seu tempo? Você tenta manter sua vida sob algum tipo de controle, mas você não consegue programar as crianças”.

Parker não teve dificuldade em se identificar com o estilo de vida de Kate.

“É esse sentimento de desejar estar em dez lugares ao mesmo tempo”, ela diz, “mas essa é a luta de toda mãe. Eu acho que a chave para nós é que Matthew e eu tentamos não trabalhar ao mesmo tempo, de modo que alguém sempre fique com as crianças. E você também tem que entender que não é perfeita”.

Um dos segredos de Parker para fazer sua vida funcionar é realizar o máximo de projetos possível em Nova York, onde ela e sua família vivem. Ela concluiu recentemente as filmagens de “Noite de Ano Novo” de Gary Marshall, feito em locações da cidade, e, é claro, passou seis anos filmando “Sex and the City” em Manhattan ou arredores.

“Eu tenho sorte porque meu trabalho torna a maternidade muito mais fácil, por ser mais flexível. Você pode dizer sim ou não para trabalhos. Eu adoraria filmar em locações diferentes, mas é difícil me tirar de Nova York, a não ser que seja um projeto muito grande. Eu sempre tenho que pesar se vale a pena deixar as crianças, porque, no final, a família sempre vem em primeiro lugar.”

Natural de Ohio, Parker cresceu em uma família unida de oito filhos. Segundo ela, uma atriz e dançarina “desde o nascimento”, ela estudou canto e balé quando era pequena e então foi escolhida para o elenco da montagem da Broadway de “Os Inocentes” (1976). Para permitir que ela aceitasse o papel, e para estudar na American Ballet School and Professional Children’s School de Nova York, sua família se mudou para Nova Jersey.

Depois de alguns papéis no teatro e em filmes como “Footloose” (1984), “L.A. Story” (1991) e “Marte Ataca!” (1996), “Sex and the City” e o papel da colunista de sexo Carrie Bradshaw ressuscitaram a carreira de Parker e a transformaram de novo em uma atriz badalada em Hollywood. A série da HBO rendeu a ela seis indicações ao prêmio Emmy (o Oscar da televisão) como melhor atriz em uma série humorística – com uma vitória, em 2004 – e fez com que conquistasse uma base passional de fãs, que olham para ela não apenas como uma atriz cômica, mas também como uma pessoa que dita moda.

“Eu sou muito grata por existir um público feminino que sente ganhar algo assistindo quatro amigas ajudando umas às outras por toda a vida”, diz Parker. “A série é realmente um tributo à força das mulheres e suas amizades.”
 

TRAILER DE "NÃO SEI COMO ELA CONSEGUE"

A série poderia facilmente ter durado mais anos, mas Parker –que era uma produtora executiva– acha que ela acabou no momento certo.

“Não há um dia em que não sinta falta de ‘Sex and the City’. Eu sinto falta das pessoas e da atmosfera familiar no set. Nós estávamos lá dando apoio uns aos outros – mas a série acabou quando tinha que acabar. Eu sei que tínhamos um número limitado de histórias para contar e nós as contamos.”

Isso não impediu “Sex and the City” de ser um sucesso surpresa nos cinemas em 2008, arrecadando mais de US$ 400 milhões de bilheteria em todo o mundo. Os fãs podem esperar por pelo menos mais um filme da série, diz Parker, mas não por ora.

“Eu sempre confiei que saberemos quando o momento for certo para fazer outro. A realização de ‘Sex and the City 3’ não está sendo discutida no momento. Mas há alguma possibilidade disso no futuro? É claro.”

Desde a conclusão da série, Parker já foi viste em filmes como “Tudo em Família” (2005), “Armações do Amor” (2006), “Vivendo e Aprendendo” (2008) e “Cadê os Morgan?” (2009), estrelando ao lado de talentos como Jeff Daniels, Hugh Grant, Matthew McConaughey, Dermot Mulroney e Luke Wilson.

“Eu tive muita sorte de participar de projetos onde participei do processo criativo. É empolgante realizar trabalhos que desafiam você. Eu sou um bocado perfeccionista e estabeleço um nível elevado, mas é empolgante trabalhar com atores de primeira qualidade, que passaram sua vida desenvolvendo seu ofício. Isso é muito empolgante para mim.”

Seu ator favorito, é claro, é Broderick. O casamento deles parece ser um dos mais felizes no show business.

“A coisa mais importante é saber que você não pode mudar alguém e nunca deve tentar. Eu acho que, quando você é jovem, você pensa: ‘Há todas essas qualidades que são agradáveis nessa pessoa, e há aquela outra coisa que quero mudar’. Algumas mulheres pensam: ‘Eu conheço outras que tentaram mudá-lo, mas eu sou diferente. Eu vou conseguir’. Então você percebe que somos todos adultos. Você não quer mudar aquilo que torna alguém único. Mas, é claro, você ainda pode pedir para ele não deixar as meias sujas espalhadas!”

segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Com cenas rodadas no Brasil, "Amanhecer - Parte 1" ainda se ressente da pobreza dos livros de Stephenie Meyer

  • Em cena do último filme da saga Crepúsculo, Bella e Edward aparecem nadando numa cachoeira
    Em cena do último filme da saga "Crepúsculo", Bella e Edward aparecem nadando numa cachoeira
Com cenas rodadas no Brasil durante dez dias, no Rio de Janeiro e em Paraty, "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1" chega nesta sexta (18) aos cinemas de vários países para dar inicio ao epílogo da série de filmes inspirados nos livros escritos por Stephenie Meyer.
Fenômeno de público, "A Saga Crepúsculo" não prima pela excelência cinematográfica. Dirigidos por Catherine Hardwick ("Crepúsculo"), Chris Weitz ("Lua Nova") e David Slade ("Eclipse"), os três primeiros filmes são pobres do ponto de vista formal, apoiados em uma gramática visual capenga, com efeitos primários e sem muita criatividade para contornar a pobreza da matéria prima.

A contratação de Bill Condon ("Deuses e Monstros", "Dreamgirls") para dirigir os dois segmentos finais da história foi uma tentativa de dar mais consistência aos filmes. Cineasta experiente, Condon colocou ordem na casa - a primeira parte do fim está acima das realizações anteriores. Ainda assim, o grande obstáculo continua sendo a origem de tudo: os livros de madame Meyer.
"Amanhecer - Parte 1" mostra o resultado da escolha de Bella Swan (Kristen Stewart) entre Edward Cullen (Robert Pattinson) e Jacob Black (Taylor Lautner). Os principais momentos do filme, o casamento e a lua-de-mel no Brasil, com quase 20 minutos de imagens rodadas no país, mostram a consumação do amor da jovem protagonista e as consequências da miscigenação entre uma humana e um vampiro. Sem falar nos efeitos colaterais que abalam a trégua entre vampiros e a matilha de lobisomens.

A gravidez de Bella e a recusa do casal em transformá-la em vampira surge como um grande problema, que conta com a cumplicidade do reticente Jacob, dividido entre o amor não correspondido e a lealdade à matilha, para resolver o nó. Esse é o gancho para o grande final esperado e antecipado pelos fãs.

Não se pode condenar o trio de atores principais e o numeroso elenco secundário por suas atuações. A maior parte deles faz o que pode para dar alguma consistência aos personagens, especialmente os vampiros, que carregam a tosca maquiagem branca que os torna pálidos.

A metáfora proposta pela saga idealizada por Meyer, uma escritora de crença mórmon, é a manutenção do amor romântico, a abstinência sexual (antes do casamento) e os valores da família. O romantismo é apenas pano de fundo para disseminar entre os jovens a crença - conservadora - de que estamos vivendo um período de liberdades extremas e muita irresponsabilidade. Essa sim uma herança maligna deixada por quase dez anos de conservadorismo tacanho sob a América de Bush Jr.

sábado, 19 de novembro de 2011


Diretor canadense retrata triângulo amoroso obsessivo em "Amores Imaginários"

  • Cena do filme Amores Imaginários, de Xavier Dolan
    Cena do filme "Amores Imaginários", de Xavier Dolan
 Em seu segundo filme, "Amores Imaginários", o canadense Xavier Dolan consegue o improvável: ser mais estiloso, superficial e banal do que na sua estreia, "Eu Matei Minha Mãe" (2009). Novamente, ele abusa de recursos como a câmera lenta, a estilização da imagem e da fotografia ultraelaborada. Mas Wong Kar Wai ele não é.
"Amores Imaginários" existe apenas no mundo de uma imaginária classe média-alta de Quebec, que não precisa trabalhar, não precisa ir à escola, e, por isso, tem tempo de sobra para se martirizar com questões pseudofilosóficas sobre a vida e a sexualidade alheias - especialmente quando esta envolve o objeto do desejo

.

Dolan, que tinha apenas 21 anos quando rodou o longa, parece não ter amadurecido nada entre seu primeiro filme e este, mantendo o mesmo egocentrismo que o faz se colocar como protagonista do filme e obrigar a ação a girar em torno de si. Um "enfant terrible" - mais "enfant" do que "terrible" -, ele quer falar de amor, sexo, dúvidas no século 21, mas seu discurso de sofrimento amoroso cairia melhor nas mãos de qualquer leitor de Roland Barthes, que, aliás, desconstruiu tudo aquilo que o jovem diretor canadense insiste em defender.
Dolan é Francis, que passa a disputar com sua melhor amiga, Marie (Monia Chokri), as atenções de um rapaz a quem eles classificam como um Adonis, chamado Nicolas (Niels Schneider). O problema é que nenhum dos dois consegue descobrir se o rapaz é hétero, gay ou bissexual - ou simplesmente um manipulador. Essa questão, na verdade, não importa muito, uma vez que o filme gira em torno do ego de Dolan.
Em "Amores Imaginários", emerge a questão sobre o que vale mais: um desejo carnal ou uma amizade? Para falar de amor, desejo e afins, o filme põe em cena falsas entrevistas, rodadas como se fossem um documentário. No conjunto, essas sequências não fazem muito sentido; em outras palavras, não têm razão de existir. Esses jovens, que falam olhando direto para a câmera, formam uma espécie de painel de como se ama (fisicamente, emocionalmente) em Quebec.
Há um estranho glamour que Dolan encontra em seus personagens - sempre excessivamente preocupados com seu estilo de vestir - e transforma isso em fetiche. Eles estão mais preocupados com a aparência do que seus sentimentos ou inteligência, embora, vez ou outra, tentem lançar uma frase sagaz. Tal qual eles, o filme está bem mais preocupado em parecer bonitinho do que revelar alguma coisa.
(Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

TRAILER DE "AMORES IMAGINÁRIOS"