sexta-feira, 10 de junho de 2011


| X-Men: Primeira Classe | O melhor da serie!!!




James McAvoy e Michael Fassbender como os jovens Professor X e Magneto
Desde o ano 2000, a franquia dos X-Men tem se estabelecido fortemente no cinema de forma divertida,  mas sempre com uma mensagem de inclusão social na bagagem. Funcionou nos dois primeiros filmes, voltou-se demais para a ação no terceiro e quase foi destruída pelo péssimo filme-solo do Wolverine. Eis que entra Matthew Vaughn e muda completamente o jogo com X-Men: Primeira Classe, alcançando resultados impressionantes e maduros dentro do gênero.
A trama ambienta-se antes da trilogia original, mostrando como Charles Xavier (James McAvoy) começou sua jornada para ajudar e orientar jovens mutantes, que eram malvistos e temidos pela sociedade. Ele conhece o jovem Erik Lehnsheirr (Michael Fassbender), que no futuro será Magneto.
Baseando-se no início dessa amizade, o roteiro tem seus melhores momentos ao retratar a relação dos dois com grande profundidade e desenvolvê-la muitíssimo bem. Não há um bom e um mau, apenas ideais diferentes, mas que possuem objetivos similares: um mundo com mutantes aceitos na sociedade (na visão de Xavier) ou com mutantes como raça dominante (como pensa Erik). A dinâmica e contraste entre os dois personagens é ótima, proporcionada pelo excepcional desempenho de seus intérpretes.

A relação de Erik e Charles ganha força graças às performances de seus intérpretes
Depois de destacar-se em um papel pequeno, todavia marcante emBastardos Inglórios (além de outros filmes menos conhecidos aqui no Brasil), Michael Fassbender promete ser catapultado para o estrelado, já que se mostra aqui como um excelente ator. Com grande influência do James Bond de Sean Connery – afinal o filme se passa nos anos 60 -, o personagem é retratado quase como um espião, em empolgantes caçadas a nazistas onde o futuro Magneto faz um uso mais sutil de seus poderes, e molda sua visão da humanidade baseando-se em suas dolorosas experiências em um campo de concentração do Holocausto. É impossível ver Erik como um vilão quando seus motivos são tão bem explorados aqui.
Do lado mais otimista do tabuleiro, temos James McAvoy que está carismático ao extremo. Apresentando a segurança que Patrick Stewart trazia ao personagem na trilogia original, destaca-se por ser carregado de entusiasmo (como na cena em que conhece o jovem Hank McCoy) e zeloso pelo bem de sua espécie, como no emocionante momento em que ajuda Erik a controlar melhor suas habilidades. Xavier também faz um uso sedutor de sua habilidade, sendo mais uma ferramenta característica de (mais uma vez) um filme de espiões.
E quando os dois lados se colidem, o roteiro abre diversas discussões sobre inclusão social e o preconceito sofrido pelos mutantes, o desejo de se esconder e ser aceito na sociedade; como anseia desesperadamente a Mística da ótima Jennifer Lawrence. Os diálogos são muito bem construídos e desenvolvem bem a trama,  sobrando referências a diversos trabalhos do cinema (um mutante bem conhecido tem uma participação memorável), literatura (a do Médico e o Monstro sendo a mais apropriada, por caracterizar perfeitamente o Fera de Nicholas Hoult), entre outros. Outro ponto divertido é a questão dos “nomes” que ganha aqui sua melhor justificação de existência: já que trabalham com a CIA, os mutantes ganham codinomes e não identidades secretas, o que funciona bem dentro desse universo de espiões super-poderosos.

Kevin Bacon e January Jones no time dos vilões
Na direção dessa enorme variedade de elementos, temos Matthew Vaughn. Trazendo elementos dinâmicos na bagagem, o diretor controla a narrativa com segurança e estilo, utilizando-se de diversos enquadramentos criativos e recursos visuais, com destaque para o uso da tela dividida na montagem de treinamento da primeira turma de Xavier. Vaughn proporciona um amadurecimento notável à série, principalmente pela ambientação no cenário de Guerra Fria (no melhor estilo Watchmen) e a Crise dos Mísseis Cubanos, que garantem também um clima tenso em grande parte do longa. Mas como fez emKick-Ass, o diretor equilibra o tom com piadas bem encaixadas e um divertido entrosamento entre os personagens – como no primeiro encontro entre os mutantes na sede da CIA.
Mas claro, sendo um filme blockbuster, há diversas sequências de ação, que funcionam muitíssimo bem dentro de seu propósito e contribuem para a trama de forma apropriada, nunca acontecendo sem motivo. E tal motivo aqui é Sebastian Shaw (Kevin Bacon, excelente) e seu Clube do Inferno que garantem reviravoltas surpreendentes (o Azazel de Jason Flemyng merece mais destaque e a Emma Frost de January Jones é sexy e muito interessante). Os efeitos visuais sobressaem-se em tais sequências (apesar de eu olhar torto para a forma de diamante de Frost) e funcionam bem, culminando em um clímax inesquecível em uma ilha.
X-Men: Primeira Classe é um filme maduro e empolgante, apresentando origens envolventes e bem construídas para os personagens da franquia original, sob o olhar cuidadoso do diretor Matthew Vaughn. É facilmente a melhor adaptação de quadrinhos para o cinema desde oCavaleiro das Trevas de Christopher Nolan. Que venha a Segunda Classe.

FONTE:http://lucasfilmes.wordpress.com

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