Se Beber, Não Case! Parte II
Um grupo de amigos viaja para Bangkok no intuito de prestigiar o casamento de um deles, Stu (Ed Helms), com uma mulher local, cujo pai tradicionalista faz vistas grossas à união. Após um jantar com familiares da moça, os rapazes e o irmão da tailandesa tomam algumas cervejas na praia e tempo (indeterminado) depois acordam em local sujo na presença de um macaco traficante e um “bandidão” com trejeitos inusitados. Não mais em Las Vegas como em Se Beber, Não Case! (comédia com classificação 18 anos com a maior renda da história), a badtrip insana em Se Beber, Não Case! Parte II (este com classificação indicativa de 16 anos) ocorre em Bangkok, e o resultado é satisfatório (para sóbrios espectadores, claro). Ao manter o louvor pelo ‘nonsense’ do primeiro filme, esta continuação do mesmo Todd Phillips arranca risadas do espectador, apesar de desperdiçar a oportunidade de ir além, por pequenas oscilações no ritmo narrativo.
Com amnésia alcoólica, Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e o desajustado Alan (Zach Galifianakis) embarcam no emaranhado de situações caóticas em um país cujos hábitos locais peculiares são mostrados com a “estereotipada” visão americanizada do terceiro mundo. Não cabem aqui indignações pela representação caótica da Tailândia com suas vielas imundas preenchidas por moradias inóspitas e várias pessoas que não são dignas de confiança. A graça é ver esses sujeitos perdidos nesta ‘selva confusa’, seja ela verossímil ou não. É o universo fílmico que está em questão. Tal retrato do país, então, é correto no que concerne a esta trama. Em certo momento o bando cruza com ummonge ancião que tem um segredo determinante para conduzí-los à zona de conforto, mas o sujeito não fala há tempos por causa de um juramento milenar. E é levado a um templo budista para que os sábios os façam abrir a boca.
As verdades inconfessáveis do trio, porém, são reveladas em sequências hilárias no templo, em um prostíbulo, em loja de tatuagem, dentre outros cantos de Bangkok. A química entre eles é evidente. Mas é o ator Zach Galifianakis (de Um Parto de Viagem) quem se destaca com as inconsequências infantilóides de Alan, que dentre várias loucuras cria um laço afetivo com o macaco criminoso e ao constatar a iminência da perda do contato com o primata reflete: “Por que macacos não usam Skype?”
Infelizmente o roteiro peca pela inclusão de uma desnecessária subtrama policialesca que, embora ínfima, diminui o potencial cômico do filme ao comprometer o ritmo estabelecido até o momento. Mas Se Beber, Não Case! Parte II sobrevive ao pequeno tropeço e se não mantém a mesma linha do antecessor, o acompanha de perto. Seria uma boa ideia realizarem o terceiro filme no Rio de Janeiro. Dá para imaginar esses insanos na Lapa?
Por: Bruno Mendes
Se Beber, Não Case! Parte II (The Hangover Part II) – 102 min
EUA – 2011
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Craig Mazin, Scot Armstrong, Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha, Ken Jeong, Paul Giamatti, Mike Tyson, Jeffrey Tambor
Estreia: 27 de maio.