sábado, 8 de outubro de 2011


Refilmagem de "A Hora do Espanto" traz Colin Farrell como vampiro


Franquias de terror dificilmente morrem de uma vez, ainda mais em tempos em que as novas ideias escasseiam e há um medo muito real de correr riscos com novidades. Assim, renasce o sucesso de 1985, "A Hora do Espanto," uma história então dirigida e roteirizada por Tom Holland, agora refilmada por Craig Gillespie, diretor da comédia "A Garota Ideal" (2007).

O elenco é, aliás, bem internacional, com a namorada do garoto, Amy, sendo interpretada pela inglesa Imogen Poots, o amigo chato de Charlie, Ed, pelo norte-americano Christopher Mintz-Plasse, e a mãe de Charlie, agora chamada Jane, pela australiana Toni Collette. O guru de um programa místico de televisão, Peter Vincent, é interpretado pelo escocês David Tennant.
O pressuposto básico, um garoto que descobre que o vizinho é vampiro mas ninguém acredita, é o mesmo. Até os nomes dos personagens principais não mudaram. O garoto é de novo Charlie Brewster (agora interpretado pelo jovem russo Anton Yelchin, de "Um Novo Despertar") e o vampiro ao lado é também Jerry (o irlandês Colin Farrell, de "Alexandre").
Se o duelo central acontece mesmo entre o jovem Charlie - lutando para proteger a mãe, a namorada e a vizinhança - e o faminto vampiro, um outro enfrentamento, na parte final, opõe também Jerry e o guru Peter Vincent. Neste último, até o contraste de sotaques entre os dois torna-se um detalhe irônico.
Como um especialista em artes secretas que vem dar uma ajuda a Charlie, lutando contra o vampiro dentro de sua própria fortaleza - uma casa com profundos subterrâneos e janelas cobertas para impedir a entrada de luz -, Tennant não raro rouba a cena como o personagem mais anárquico de todos, aproveitando para dar vazão a um humor negro em que ele se mostra extremamente à vontade.

TRAILER DO FILME "A HORA DO ESPANTO"

Começando como um vampiro charmoso e galanteador - até da mãe de Charlie -, Farrell parece às vezes não saber o que está fazendo neste filme. Não que esteja propriamente mal. Mas Farrell, um ator versátil, capaz de interpretar um personagem frágil e romântico em "Ondine" e não estranho ao humor negro como o matador azarado de "Na Mira do Chefe", aqui parece meio fora de seu ambiente.
Isso acontece também porque franquias que visam a plateia adolescente, como "A Hora do Espanto", trabalham em cima da estética dos contrastes, da acumulação e dos excessos. Assim, há a diferença, até física, entre o herói adolescente, branquelo e fraquinho, e o vampiro impositivo e saradão.
Os incidentes entre os dois vão se sucedendo, assim como os ataques do chupador de sangue, que provocam inúmeros desaparecimentos na vizinhança e na escola, sem que isso mobilize nenhuma investigação policial séria. Isso atenta contra a lógica, mas, como se sabe, não é o que se procura num filme do gênero.
Os excessos estão no sangue derramado aos litros, mas que não chegam a justificar o pagamento de um ingresso mais caro para assistir à versão 3D. Os meros respingos que se vê voando em sua direção dão vontade de chamar o vampiro para pedir o dinheiro de volta.

FONTE:http://cinema.uol.com.br

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