Com Steve Carell e Julianne Moore, "Amor a Toda Prova" investe em comédia adulta
"Afinal, o que querem as mulheres?", perguntava-se Freud. E o que querem os homens? E os jovens? E as crianças? São mais ou menos essas perguntas que a comédia "Amor a Toda Prova" se faz o tempo todo.
A questão central do longa - mais do que o amor - é mesmo o que as pessoas querem de suas vidas amorosas, e de que maneira a forma pela qual encaram o amor reflete quem são e como enfrentam o mundo e seus problemas.
As respostas são, em boa parte do tempo engraçadas, realistas e satisfatórias, num filme que não cai no óbvio, investindo numa comédia que não é feita exclusivamente para adolescentes do sexo masculino - como a maioria dos filmes do gênero.
Steve Carell ("O Virgem de 40 anos") é Cal, um corretor de seguros, aparentemente bem casado, pai de família. A notícia bombástica vem quando sua mulher, Emily (Julianne Moore), diz que quer se separar, pois se envolveu com um colega de trabalho.
Cal ficaria bem solitário por muito tempo se não fosse o pegador Jacob (Ryan Gosling) aparecer do nada, e se solidarizar com ele depois de vê-lo sozinho, embriagado e reclamando pela milionésima vez num bar.
O rapaz decide ajudar o protagonista a conseguir um novo amor - mas, antes disso, vem um banho de loja para mudar a imagem e recuperar a auto-estima. Por trás de sua aparência e fama de conquistador, Jacob esconde a superficialidade de um sujeito solitário, infeliz e em busca de um amor de verdade.
A única pessoa que pode mudar tudo isso é a jovem advogada Hannah (Emma Stone, de "Zumbilândia"), a quem ele tenta conquistar, mas que não se dobra com o papo de Jacob. Ela acaba de se formar, vai prestar exame da ordem e espera um pedido de casamento do seu namorado.
TRAILER DO FILME ''AMOR A TODA PROVA''
As frustrações que os personagens de "Amor a Toda Prova" acumulam vêm à tona no clímax do filme, que sucumbe ao pastelão que até lá os diretores Glenn Ficarra e John Requa (os mesmos de "O Golpista do Ano") conseguiram evitar. Não que, ao final, eles estraguem tudo que foram construindo cuidadosamente até ali, mas é como se, finalmente, se rendessem - em parte àquilo que podiam ter evitado.
Embora seja uma comédia, "Amor a Toda Prova" não é de causar grandes gargalhadas. Na verdade, o filme nem busca o riso fácil. Aqui há um olhar interessante sobre os relacionamentos contemporâneos - especialmente quando são pautados pela superficialidade. Cal, depois de um casamento de anos que rendeu filhos e uma traição, quer saber apenas de curtir, transformar as mulheres em objetos. E é exatamente isso que Jacob faz de sua vida.
Entre as mulheres que passam pelo caminho da dupla, a mais marcante é Kate, interpretada por Marisa Tomei - não apenas porque ela é muito real, muito próxima de qualquer mulher à beira de um ataque de nervos que se encontre por aí, mas também porque as cenas mais engraçadas do filme acontecem com ela.
Em "Amor a Toda Prova", a dupla Ficarra e Requa não se mostra tão ousada como em "O Golpista do Ano". Nem por isso, pregam o conformismo. Neste primeiro filme realizado para um grande estúdio - ao contrário do outro, que era independente -, eles não se submetem completamente às regras que ditam as comédias bancadas por Hollywood. Conseguem até manter um pouco da sua verve, muito ajudados pelo talentoso casal, Steve Carell e Julianne Moore.
FONTE:http://cinema.uol.com.br/
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